quarta-feira, 1 de setembro de 2010

O Abrangente Nascer de Novo

Por um momento olhei para a humanidade e vi milhares de pessoas consumindo suas vidas no propósito de conquistar ou simplesmente manter o então já alcançado padrão de vida. É surpreendente a forma como abraçamos certas ideologias sem nos dar conta de que involuntariamente estamos sendo vítimas de coisas que a cultura vai nos imputando a medida em que crescemos formando em nós o que chamamos de personalidade ou carater. Não é difícil exemplificar isso. Estou certo de que eu gosto de certas coisas, ou tenho certos hábitos, ou certos pensamentos, ou objetivos simplesmente porque nasci no Brasil ou ainda numa região específica deste país, mas estas mesmas coisas talvez não teriam sentido algum se eu tivesse nascido na Indonésia, por exemplo. Logo, o que nos tornamos está diretamente ligado ao lugar onde nascemos e as tradições que aprendemos a observar em nossos pais e a nossa volta e que então passamos a preservar. Denominamos isso de tradição familiar ou cultura dos povos. Nos últimos tempos a tecnologia abriu janelas para o mundo e hoje cada cidadão tem acesso ao quintal de alguém em qualquer parte do mundo mediante a tv e internet. Esta avalanche de informações disponíveis em tempo real está gerando o que eu poderia chamar de o campo da miscigenação info-cultural. Com isso estamos tendo conhecimento de outras culturas, aprendendo a gostar de algumas e a repudiar outras, e o interessante é que até mesmo este tipo de julgamento é de certa forma involuntário pois fundamenta-se na cultura em que crescemos. O que você sente ao ver pessoas comento ratos? Talvez o mesmo que estas pessoas sentem ao ver você comento carne de boi. Embora poucos algum dia pararam pra pensar sobre isso deste ponto de vista a verdade é que há uma força brutal por trás do que chamamos de cultura e ela é praticamente um monstro silencioso e oculto quase que indomável e intocável. Impreguinada em você ela se faz um tipo de parasita que manipula o seu cérebro, pensamentos e escolhas. Ela te coloca de joelhos e se assenta como um deus sobre você. Ainda que ela aparente ser libertária continua escravizando os que são convencidos e vencidos por ela. Por este ser um assunto bastante profundo ele pode até, em algum momento, soar como ficção, contudo a razão de eu estar escrevendo sobre isso é por que se há um impedimento notável para a proclamação do evangelho de Jesus Cristo este chama-se: Cultura. Bem, a cultura é um tipo de motor dos pensamentos e ações e segundo os padrões do mundo ela, a cultura, posiciona-se acima do indivíduo, que neste caso, passa a ser apenas o meio de sua expressão. Nosso bom Mestre Jesus, não veio salvar culturas, ele veio salvar indivíduos e para isso revelou a humanidade algo muito maior do que todas as culturas dos povos juntas, Ele nos mostrou o amor. Não como o conhecemos, mas um amor que transcende pensamentos egoistas, ideologias, razões, tradições e religiões. Jesus olha para o mundo e vê um só povo, ou seja, um povo que necessita ser salvo. Durante muito tempo foi confortável para mim a explicação que recebi a respeito do nascer de novo tendo como referência o texto de João 3 onde Jesus fala sobre isso com Nicodemos. Em resumo, o novo nascimento geralmente é apresentado sob o ponto de vista de que há um velho homem que precisa morrer para então um novo homem nascer. De maneira superficial somos levados a entender que uma vez que o velho homem esta morto, os nossos hábitos pecaminosos e toda e qualquer prática contrária a vontade de Deus devem ser sepultados com ele, mas a verdade é que o nascer de novo proposto por Jesus vai muito além do que isso, ele é muito mais abrangente. Jesus tem planos para todos os nascidos de novo e estes planos não andam de mão dadas com os nossos antigos planos e muito menos com a nossa cultura e infelizmente não é isso que a cristandade tem feito. O cristão moderno procura adaptar sua "nova vida" a todo o lixo cultural que até então ele vinha sustentando. Leia a bíblia e veja a atitude de todos aqueles que foram chamados para serem discípulos de Jesus. Aqueles homens tinham suas tradições de família bem como a sua cultura da época e simplesmente a palavra nos diz que eles deixaram tudo para seguí-lo. Eu pergunto: o que eles entenderam que nós ainda não entendemos ou não queremos entender? Estou farto de ouvir gente justificando o seu cristianismo patético dizendo que os tempos mudaram, como se Jesus tivesse escolhido a melhor época para vir a esta terra. É melhor começarem a rever este tipo de posicionamento, pois não vai funcionar diante de Deus naquele Dia! Tenho aprendido uma coisa, quando você não tem nada, não há nada a perder e é bem aqui que se encontra o problema, o crente de hoje quer ter tudo o que o mundo tem a oferecer e ainda assim ser chamado de cristão. Diante disso a parte mais triste é que para o cristão moderno o seu desinteresse de entrega nem mesmo está no ambito da vida em si, mas sim já na entrega de coisas materiais, ou seja, eles querem ser cristãos desde que possam continuar a prosperar materialmente, ampliar o seu conforto e estatus diante da sociedade. Encontramos um quadro perfeito para evidenciar isso quando olhamos para os mega templos lotados por pessoas em busca de prosperidade finaceira, enquanto, quem sabe, uma centena de pessoas espalhadas pelo mundo, que deixaram tudo rumo a terras distantes, algumas correndo risco de vida por compartilhar do amor que receberam de Jesus, aguardam esperançosas de que um dia o cristão moderno acorde e morra pra si mesmo, ou seja, verdadeiramente venha a nascer de novo.

...e estarão comendo, bebendo e se dando em casamento no momento em que repentinamente o que deveriam estar fazendo já não poderá mais ser feito, pois será findado o tempo, o Dia do Senhor chegou!

1 comentários:

Anônimo disse...

Maravilhoso, glória a Deus !

Postar um comentário

 
;